A noite empurra o dia para fora do hemisferio dando lugar a formação da arquitetura do crepúsculo aqui na Cidade de Mangui, a partir do mar de baixo uma das melhores praias do interior de Santiago, lugar onde as pessoas davam seus lugares ao presidente para banharem com os seus colaboradores e outros bora botas, típico dos ditadores com cheiro e tiques do senhor… Pablito Escobar. Já não se regista há muito tempo a presença do presidente Pereira, agora é a praia da democracia, todos os portadores de pereiras dos nomes e dos sobrenomes e de cargos e sem cargos, banham na liberdade daquelas águas límpidas, assim se faz a democratização do mar de presidente, dizia o primo Sabata, O pablito pacífico dessas calçadas compassivamente violentas.
Aqui é a terra dos revolucionários dececionados com as suas causas, disse um poeta chochotando bobagem, mas, e se voltássemos lá atrás até o tempo de preto e branco, talvez justificasse a presença daqueles gajos no campo de concentração chamados de presos políticos, tinham uma boa vida, até a escolarização fizeram. Disse um estudioso das ditaduras no mundo dizendo – e se estivessem em Boyermoor e Dachau? Talvez o Ex campo de concentração de Tarrafal de Santiago já tinha sido património da Unesco, rematava. Ai lembro o espírito dos banhistas tarrafalences tristes saindo da água do mar de presidente deixando os rapazes liderado pelo senhor Pereira e os Milicianos que vinham da cidade da Praia para se banharem entre a bacandeza e a bureza, o autor deste rotulo singelo espantado nesta gente, também foi idiotizado por aquela corrente, não do mar, mas sim da doutrinação.
Ainda no tempo e naquela época do mar. O mar que se fez o Mário e Luz que se fez o Lúcio coisas de um realismo mágico esforçado tendo em conta o realismo mágico de Garcia Márquez. Há algum tempo uma alma voltou a prometer tarrafes, o objetivo era unificar os tarrafalences e procurar aquela compreensível união que existia desde a abundância daquelas árvores, ou será tarrafa? Pergunto eu em plena panfletagem mais para Sampling.
Alguém teria pegado algumas ideias e palavras para a sua promoção eleitoral, ouvi e registei. Um desses dias terrei de perguntar ao Manti sem por de lado ou djobi pa ladu o senhor deputado que escreveu sobre o campo - qual seria o verdadeiro nome da árvore e do dono legítimo da árvore? A ausência dessa planta é a mesma medida que tem a ausência desses presos que também estão impedidos em vários livros sobre Ex campo de concentração de se pronunciarem o porquê de terem levado a ousadia desta gente e o orgulho de serem lá do norte desta ilha arrasada pelo orgulho besta do badio.
Ainda, neste assunto, diga-se de passagem que a ausência que mais se nota no livro do dito deputado que simplesmente esgotou, um facto marcou-me naquele folhoso, é um livro mais politico-turístico do que histórico, tem lá pressas as memorias do campo que hoje esta desfigurado embora a tortura desapareceu. Oficialmente.
O certo é que cada vez mais se pede a presença desta planta e desbobinar do seu leito aquela palavra mágica. Sim. A palavra que era tão dita com amor e ternura, pois, haja o bom censo que se pede nessas alturas e em respeito à palavra, sim, a dona da palavra. Diria. TARRAFAL.
A senhora tem uma cara…semelhante ao bana. Vendia todos os dias. A tarde. Tinha a vida igual a todas as Marias, era exatamente esse o nome dela, Maria Antónia, como se as antónias fossem diferentes de todas as marias, as marias antónias contribuíram para construir essas ilhas pedra a pedra e homens a homens, agora se esqueceram de tudo para estribarem no VBG. Essa coisa de VBG nos tira toda a graça de ser mulheres batalhadoras e badias. De fora. Dizia sempre a Nhanha, depois de voltar da apanha da água no fundão, bater a roupa das crianças, limpar o chiqueiro dos animais e bainhar a calça do marido que se encontrava no hospital. Sim. A beber e a ouvir a musica de Cálu Mendes. Cacharamba só.
A senhora Maria passava todas as quatro horas da tarde na rua de hospital, para vender pães de coco e pizza, o que não esperava receber naquela tarde era o des-insulto, ou será insulto? da dona Rosalita. A Maria andava com a cara sempre amarada como se o tempo armasse para umas boas as águas, mas não, ela nasceu com aquela cara, e era aquele estado o seu estado normal, na alegria e na tristeza, era aquela a cara dela. – Ei, dona Maria! Cara moda bana! Disse a Rosalita, sorrindo, ela, uma mulher que nunca chegou a ter filhos, tendo em conta que passou anos a espera do seu marido que embarcou a vinte e tal anos e até hoje não deu sinal, e muito menos notícias, mas a Rosalita mantinha um bocadinho do cabelo dele guardado como sinal de esperança.
Dona Rosalita não aceitava, mas, ela estava abandonada como as cidades desprovida de vida, tinha cabelos despenteados, roupas aos trapos, a pela denunciava a falta de banho assim como as novas cores dos dentes meio amarelado, realmente parecia a cidade de abandonada, quem sabe o Chernobil ou Sanzhi no Japão. Muitas vezes se consola nas mornas do Bana para encurtar a solidão e as coladeiras para brandar o desejo de sentir o dedilhar da carne. Por isso essa intimidade com a imagem poderosa da cara do Bana.
Mas a Maria com toda a sinceridade, voltou a cara para a Rosalita e disse. -o quê que me disseste? Rotu Baka? A Rosalita estava rindo, permaneceu a rir, como se ela entendesse o que é que se estava a passar a na cabeça da Maria que percebeu tudo ao contrário. Maria chateada foi fazer a queixa no senhor Caxias, chefe de esquadra que se situava na curva que dá acesso a vila de Mangue, mas o senhor Caxias que já conhecia a senhora Rosalita logo se aprontou a tentar ajudar no apaziguamento. – Acho, que ela disse outra coisa dona Maria, talvez ela tenha dito, “rostu ma bana” e não “rosto ma baka”.
Mesmo assim a dona Maria não se conformou dizendo. -Se ela, ousar em me dizer “rosto ma bana”, então é mais grave ainda, ai vou ao tribunal, ora essa. Não precisa dona Maria, retorquiu o chefe de esquadra das pequenas delinquências de Colhe Bicho. Pensou profundamente o chefe e voltou a confrontar a dona Maria.
-Dona Maria, olha, o Bana é grande artista, e olhando bem, porque não transportar essa brincadeira para pães de coco que produzes, assim, todos os dias, dizia, “nhos cunpra pon ku rostu moda bana”. Pensou, pensou dona Maria e depois acabou por achar a ideia legal, mas o que não era bem legal era usar o nome do grande homem para o empreendedorismo em pleno Colhe Bicho, por isso o chefe logo a avisou. -Mas Maria cuidado com o que estas a dizer, diga somente aqui na zona, que fica tudo bem, porque aqui temos direito a ser os representantes da bacandessa. - Pois senhor chefe os meus pães a partir de hoje vão chamar sim… “ pon ki ta parci ku rostu Rosalita” disse a Maria que voltou a perguntar. – o que achas chefe? E o chefe
O dia já ia com o sol quase a chegar a garganta do céu, mas ainda estava de estômago cheio, é nuvens, disse o senhor António com a mão na cara fazendo uma aba na testa como se alguma ponta da sua ilha estava presa no céu, é natural de Santo Antão, mas não, ainda tinha que responder aos pequenos “elogios” dos rapazes que o chamavam. – Senhor António filho de putaaaaa, esse arrastar do taaaa o assanha e respondia ele. – e nhoss mãe el filha de quê? Podem me chamar de senhor António, podem me dizer do que quiserem, mas filho de puta nãoooo, dizia de forma irritado e carregado. Mas o que irritava senhor António era o silêncio dos rapazes depois do gozo. Chegou em Colhe Bicho a mais de quinze anos, mas ainda tem traços da sua língua de Santo Antão. estava insistindo com a cara no céu/ nada dele, resmungou ele baixinho. a dona Zinta a sua vizinha mas uma vez o perguntou, - outra vez António? -vou continuar a espionar as formas de nuvens até encontrar a sua cara! a cara do meu único irmão. Disse o senhor António com uma certa sinceridade e crispação no rosto enrugado e maltratado pelo tempo. há mais de oito anos tinha partido o seu irmão para outro mundo Realmente o céu estava com tanta nuvem em tumulto dando a ideia que algum grande senhor resolveu aumentar o IVA aos anjos que vagueiam nas cortinas da noite frequentando os bordéis da cidade da Praia até Magdam, segundo o último recenseamento lunar registaram a falta de 72 anjos que ficaram no nosso parlamento. Nos controlando. Por isso, entende-se os efeitos da inflação interplanetário, melhor mesmo é ressuscitar o Carl Sagam com perguntas: a onde foram os sinais da humanidade que foram enviados para o imenso universo? Voltaram com eles. Talvez estejam cansados com o som dos The Beatles. A madrugada inteira o grupo de rapazes estavam de “gozação” e algumas gotas a mais naquela noite, estavam liderado pelo Rosálinho, não tinha nada de diminutivo no corpo, somente no nome, tem o “linho” no nome devido ao amor da sua mãe que se chama Rosa, por isso a Rosa quando deu luz ao homem tinha que aumentar a outra parte do nome, são parecidos no amor e na imagem, exceptuando o que Djunga disse a ele naquela plena madrugada, “ o moz djan fronta ku bo, undi ku prendi trosa” mas em Colhe Bicho não se aprende o escárnio, o escárnio nasce com a gente, é transmissível. Dizem que o senhor Bebé ainda na barriga já estava gozando com os pacientes do hospital de Colhe Bicho, os que permaneciam na ala dos “pedros”, pois, após ter nascido afirmou categoricamente que na ilha do fogo tinha um pássaro que pausa os seus pés na ilha e as asas na ilha Brava, mas a cabeça fica na ilha de Santiago, monitorizando os 72 anjos parlamentares, o homem tinha um estômago formado de minério, concretamente o ferro. – Esse rapaz janta somente ferro, disse o ancião Leónidas, para não dizer que o homem mente de forma descarada e ainda acrescenta- Parece que ele tem cem por sento de ferro no estômago cem por sento de ferro na garganta e cem por cento de ferro nas calçadas concluía o Drummond de Andrade.
As sete horas da manhã. As manhãs são preguiçosas como as estradas ao amanhecerem, é preciso acordarem os antigos construtores das estradas de Santiago para lhes agraciarem. Muito obrigado. Assim acabava as pressas de ida e da chegada, mas também as perdas das vidas desnecessárias. Mas, a avenida de Chão Bom para a Vila de Mangue cortou alguns traços que ligava a memória das suas gentes ao colonialismo, era o último sufoco para a morte completa de alguma ideologia dura como as barreiras das proteções de estradas, essas já foram derrubadas para dar lugar ao espaço de footing. Desde sempre, a passadeira da vila de mangue apresentava-se morta como os pés que a davam vida, a frente das instituições públicas já se agrupavam pessoas velhas, uns com vinte anos e outras na casa da enta, dizia o Sérgio Cortela, os velhos são aqueles que não inovam ao contrário dos idosos que estão sempre à procura do aprendizado e inovação, essas já não vinham para às instituições estatais há muito tempo, mas também muitos deles já não vivem no Tarrafal. É um êxodo brutal de pessoas e riquezas, sobretudo intelectual, que se perde para Portugal e para a cidade da Praia, uma dessas pessoas que assegurou o assédio da cidade foi o amado padre Santana, alias, nem sempre foi amado, todos os dias banhava no mar de presidente com o seu boxer de pano terra amarada com uma corda de carrapato de Monte Graciosa e boiava, boiava por vários minutos em cima da água como se não houvesse a missa da matina das sete horas. Saia de rompante de dentro da água, vestia e voltava para casa sem despedir de ninguém, a moradia dos padres parece com os sentinelas ingleses nos seus postos de serviços, podiam receber uma cagada dos pombos que não se mexiam, na sua forma imóvel, assim era a casa dos padres, casa dos padres habitava pombos e outras aves que cagavam a vontade, com vento e chuva a casa não tremia, até hoje ainda idosa a casa, so o teto envelheceu, os homens também embranquecem os cabelos. Sempre com o seu walkman de marca Coby, recebia cumprimentos de todo mundo que o conhecia e que achava-se puro cristão, acenava só com a cabeça, devido a pressa de chegar a casa, tomar um duche, vestir, e ir à Igreja tagarelar com as pessoas na presença dos barros e santos. Curioso! todos eles são branquinhos. Dizia Santana de vez em quando, exceto o senhor padroeiro da cidade que agora tem o cartão do partido no poder na Câmara Municipal, resmungava internamente no seu mais intimo coração, pensou o senhor santo padre, mas é uma boa constatação, que apego a coisas nossas. Quando chegava à igreja, ainda com o seu walkmam pendurado e a ouvir música. – E hoje qual é a música que estas a ouvir? Perguntou o senhor Damaja, mas não respondeu o senhor padre Santana indo diretamente para o altar. – Hoje vamos mudar de melodia, vamos ensaiar a música dos niggas K-ci and Jojo e a música All my life. Tirou o piano da maleta deu sinal ao Benasihno e chamou o Bravinha para o vocal, e assim se fez música e o ensaio, gentes da igreja ficaram espantados com a ousadia do padre e dos rapazes, - mas padre isso não esta na bíblia e nem é permitido na casa de Deus! -Pois não! Disse o Sabata nas suas poucas vezes que tinha ido à missa, e rematou o senhor Damaja, -mas senhor padre de quem é esta música? -K-ci and Jojo. Santana em toda a sua delicadeza fez o seu discurso, de sempre. -tudo na casa do senhor é permitido, disse com entusiasmo o santificado e mortal ser humano padre. Sem estar muito bem conformado o Damaja concluiu que o que é preciso em Tarrafal é a ousadia e de vez em quando mandar um palavrão para algumas pessoas, e dizer como é duvidosa a música e alguns bons atos e atores que a música produz, mas a Muxima disse que a música é uma merda, mas fazer o quê? Se alguns deles querem, o poleiro!!! Ai também se reside a pura merda.
Não se pode levar tudo à serio, gritou alguém no meio do tumulto e da corre-corre de pessoas no enterro do senhor fulano, tinha ele fundado Colhe Bicho. Pela simples digestão do Bicho, conclui-se que reuniam os bichos e depois colhia os bichos, digamos, pela memória do Manito Cobati, antes de deixar uma legião dos Lopes, mesmo com um longo grito das gentes que se soprava desde Ponta Gato e Ponta Lagoa, dizia, a mana Bita, - hoje vou visitar as minhas gentes em Colhe Bicho. Mas a lírica e a poesia oficial dessas gentes é um puro trote, coisas para rirem não acabava, troteavam até os animais.
Reclamava os anciãos, - mas a onde começou esta tchocota, é uma nobreza que não se entende diante dos estranhos que entram em contacto pela primeira vez com aquelas pessoas. Bacandessa! Vontade de saber onde arranjam tudo com tanta sapiência e ciência tão regional, mas o grande gramático usurpa a gramática de fora para dentro, ou perguntando quantas silabas poderá ter a palavra traaaaaaaaaaaatttttttaaaaaabaaajuuu, mas é o mínimo que o seu QI pode chegar ao profundo do assunto, distúrbio lexical. Podiam falar assuntos mais sérios e banais perto das pessoas e ninguém entendia são códigos ou dislexia verbal, dizia o Mário Lúcio com toda a sua sapiência, mas o Geovane Lione um italiano de nome e cabo-verdiano descendente de Manito cobati, sabia trocar a voz e dizia -dju boia, ao mesmo tempo podia ver o príncipe de Dinamarca a limpar a palavra depois de usar a sanita, em Colhe Bicho ou todos são príncipes ou todos são sapos, é uma dimensão igualitária espontânea, será mesmo bacan? Será isso uma riqueza ou uma “besteza”?
- Pária, disse Nhô Burro, com tanta certeza e Tíquis de grandeza, como se a palavra pária fosse um grande substantivo de Cobon di Tinho, mas não, lá vem ele, através da voz da Dona carlota. É realmente este o gajo, que arrebentou com as portas do céu eu. Mas não é para entender o sentido da frase, até porque a senhora fala para se sentirem educados, não magoados. Dizia para as crianças. “Se os pais não educam os seus filhos, o mundo se encarregará de educar”, nisso olhara varias formas de mundo na cara das pessoas.
Era bom ter casado com a filha da minha batedeira, disse o Fernando Pessoa, ele com nome de um poeta, há muito tempo tinham feito uma sondagem das bebidas que ele tinha consumido durante um ano, foi devastador (quatro barril, vinte e sete boia, trinta garrafa de um litro e meio, e trinta copo de dez cuculado de grogue tinha consumido, o Fernando Pessoa, naquele ano) talvez podia ter filho, lembro das gracinhas que Nhô Burro fazia com o senhor Bolas e Vulgo, mas, levando em conta que a palavra ideal é Kana Matxu, todos eles são batedores de recordes dos filhos ausentes. Não se sabe se foi um bem ou um mal, essa palavra, KANA MATXU, o certo é que foi mais uma dos muitos quebra-cabeças inventadas pela minha gente que se tornou banal na boca do povo, só em dois anos essa palavra contribuiu para aumentar a população e a renovação da população.
O Don Quixote, amava a formosa dona Dulcineia de el Toboso, dando a ideia do romance de kiminta com o senhor Djonsa em pleno Caldo Peixe. Beijar ao ar livre e usar uma maconha em Colhe Bicho sempre foi um mau romance, mas sempre faltara um beijo na memoria de quem não dormia a noite inteira só para dizer -o espião andou na zona, sim, ontem.
Mas quem irá amar a compreensão da minha gente, se somente eles compreendem uns aos outros, Pancthy podia agradecer em milhões de palestras, mais nunca um kodjebitxense esquece o outro kodjebiotxensi, nos amamo-nos, na bakandesa e na nossa grandeza, e na nossa espontaneidade de se decepcionar, assim dói menos, depois voltamos sempre a charada, como é bom ser de Colhe Bicho, e aos poucos aprender a dizer obrigado gente por tudo o que aprendemos desde dos tempos de nha Palmira até a finda vida do senhor Ruberto.
Quem tem a certeza sobre tudo na vida? Assim é a morte, o fim de tudo na vida material. Assim é a certeza de que não temos certeza de onde está o nosso fim. Ontem mais uma vez, a morte tomou boleia no inesperado, se momentos antes eram sorrisos e testemunhos de polvorosa agitação da vida, em instantes, tudo mudou. A morte, tem várias caras, e nem precisa da caixa de velocidade e perda de travão para exibir que provoca tragedia em instantes. A morte nos mostrou que ele está em tudo e em toda a parte. A morte brinca com os nossos medos e a nossa certeza tão débil e incerta. Ele só nos mostra que é ele o elo provocador, de ter ou não ter a certeza do início e do fim. Só se viam na cara das pessoas as lágrimas que testemunharam a desgraça, que minutos antes tinha deferentes tipos de emoções inclusive a graça. Se hoje dormimos, ninguém sabe se vamos acordar, se hoje conseguirmos chegar ao trabalho ninguém sabe se vamos regressar a casa, pode ser o último beijo que damos aos nossos filhos, o último abraço, a última briga, ninguém sabe o que pode suceder a seguir, até mesmo ao terminar de ler este texto ninguém sabe o que é que irá acontecer depois, sempre há-de existir esse depois e o próximo, que ninguém sabe, ninguém tem a certeza do próximo minuto e o próximo segundo. As vezes. Optamos por caminho mais fácil como cinismo, hipocrisia, maldade e a exploração dos outros, mas somos os seres humanos e animais incompletos por natureza. Antes que seja tarde vamos perdoar uns aos outros e sejamos felizes antes que seja tarde demais, porque no próximo minuto, podemos não ter a chance de dizer, desculpa, eu te amo, vamos para praia, me dá a tua mão, tu mereces, tens o mérito, tu és uma grande pessoa, … etc Como dói ser e estar no Tarrafal neste momento.
Ai está uma questão de pouca investigação, não se sabe se levaram em conta a Metafisica, é preciso incluir a opinião de Deus, talvez o seu subsidio seja incluído na plataforma da tão, prometida a eliminação dos números mágicos da pobreza e da injustiça. A grande esperança é de que a comissão politica na terra que é constituído por espíritos e dos santos, escolham um ateu para o cargo, e que seja desprovido dos ensinamentos bíblicos e de maquiavelice principesca-menti. limpo.
Seis da manhã, segunda-feira, dia malandro que escorrega pelas horas como se fosse passos de tartaruga, as primeiras viaturas de Toyota Yace já estavam completamente preenchidas por pessoas que vão para a cidade da Praia, ao meu lado tenho duas figuras históricas (imaginaria) desta cidade.
Vasco Loff aquele que foi o primeiro chefe administrativo deste município e o José Calazans o primeiro Secretário Administrativo, a primeira impressão que tenho é o espanto deles, observavam com muita atenção todas as movimentações de pessoas, a pequena quantidade de viaturas que alberga a cidade, a mudança do habito das pessoas, um desses hábitos é a quantidade de mulheres que levantam bem cedo para as suas ginásticas e os homens a tomarem os primeiros grogues da manhã, este ultimo sempre existiu.
Observam com muita atenção os edifícios que antes existiam e os que hoje existem, o edifício do Tribunal está tão majestosa que parecia dizer – já ganhei uma praça nova, agora estou a espera de pintura e novas instalações de água, nesses últimos tempos tenho estado e estou triste, porque tenho visto jovens a irem e virem da cadeia de São Martinho. O edifício do Correio também parecia querer dizer alguma coisa a aqueles senhores, alegando que os reformados fazem muito barulho de madrugada quando eles vêm receber os respectivos dinheiro de reforma, eu era feliz quando ao meu lado existia o campo de futebol, e o edifício do antigo central dizia o senhor Loff, eu sei que não lembra de mim, mas, interceda por mim, é que não quero ser derrubado, eu quero ser um museu da cidade ou talvez um museu etnográfico. A minha ansiedade era ouvir as primeiras palavras daqueles senhores, talvez seja cedo para as conclusões. Caminhamos, até a frente do mercado de Cultura.
-ora bolas, não era aqui o lugar de pega burrinho, pois não? Disse o Vasco Loff, espantado mais com o edifício do mercado remodelado do que a ideia de pega burrinha que tanto mudou com o tempo. - e o campo de cavalo, ainda existe? Não, respondi em uma só palavra. O senhor Calazans ainda a caminhar mais a frente e eu observando atentamente.
Senhor Calazans, dentro da Praça Central da vila, analisando a frente dele a Igreja, do lado esquerdo o edifício Municipal, a direita o Mercado de Artesanato e atrás dele o edifício do Banco Comercial do atlântico, a sua única estranheza foi ter visto o senhor Santo Amaro a dormir na rua da igreja, que ainda está em reconstrução. -O quê que o homem anda a fazer ai acamado na rua? A casa dele está em construção a quase um ano, dei a resposta sincera ao Senhor Vasco que aproveitou para ser solidário com o santo dizendo. – Coitado do Santo Amado, ehin, ainda continua bacan!
-O concelho de Tarrafal foi instituído por carta orgânica da província de Cabo Verde, pelo decreto número 3108-B, de 25 de Abril de 1917 com a classificação de concelho irregular. Bota irregular nisso, disse eu para mim mesmo. E continuou Senhor Loff dizendo que em 2017 o Tarrafal completará 100 anos. – As comemorações já deveriam ter começado há algum tempo arrematou o Calazans. Qual comemoração! Aqui comemoramos todos os dias. Com os dentes descascados e festarolas frenéticas, só falta espantos quando os olhos avistarem os drugue queens, disse por ultimo.
-já agora uma pergunta! Já separaram Tarrafal de Dona Santa Catarina? Meu caro jovem. Sim a já algum tempo que se desuniram. Respondi. E entregaram o mar? Não, isso não foi incluído na partilha dos bens, apesar de a senhora Catarina ser vaidosa, mas, inventaram a região de Santiago norte, é lá que fica o centro de Santiago norte, mas o banho de mar é aqui que eles vêm tomar. Ainda dizem que essa coisa de igualdade de género só agora começou a vingar neste país, as mulheres sempre mandaram neste país, boa observação do senhor, disse o Calazans.
A senhora Catarina é centro da região de Santiago Norte, e o Santo Amaro nem sequer deu um filho a Dona Catarina, e por aqui continuamos um autentica Kana Matxu. A minha decepção foi ter assistido aos dois senhores a despedirem de mim, logo com o aparecimento do sol. São alérgicos ao sol, mas ficou promessa para mais histórias para amanhã e para os próximos dias.
Graciosa sempre foi assim, Maquiavelica. Quando cai as chuvas ela se mostra. O João Caracunda estava sempre disponível para tudo e todos no seu trabalho, até para ser diminuído o seu salário, para Caracunda o que estava em primeiro lugar era o trabalho, sempre o trabalho. Caracunda num dia como hoje dá prioridade para as outras coisas, ele morava ao pé da Graciosa, nas primeiras horas da manhã ele consulta a sua agenda, procurando as primeiras obrigações do dia. É sábado é dia de visitar os ente queridos que já partiram, o que ele fazia desde os seus quinze anos, todos conheciam Caracunda como o homem das visitas. Já que no Tarrafal os bons moços são aqueles que visitam, vão a missa e “odjan pa ladu”.
Nas visitas ele aproveitava para fazer amigos, prometer ajudas na resolução dos problemas que tinham haver com o seu trabalho, Caracunda fazia isso com amor e vontade, claro, ele amigo do responsável máximo do seu trabalho tinha uma facilidade de comunicar com os outros colegas ele era sempre disponível e tinha as frases muito bem elaboradas na ponta da língua, e uma disponibilidade de perder tudo pelo bom funcionamento do… trabalho, mas nunca ousou perder o seu trabalho.
Na época de sequeiro Caracunda está sempre em paz com Monte Graciosa, tempo do sol, passeio para o Farol que fica na outra ponta do monte, banho nas agradáveis águas de pedra Inpena, pescava bidião em Lacha grande, de vez em quando, ele desaparecia no meio de Graciosa e só aparece a noitinha, mais nos domingos, graciosa tem muitas zonas e segredos, parecia a casa de nhu branquinho. Quase, todos os dias e finais de semana era assim a vida de Caracunda.
Caracunda quando chega ao trabalho passa por todos os departamentos para cumprimentar os colegas sempre com aquele sorriso nos lábios e a sua grande bolça de pele que ele pendurava na costa e nunca largava aquilo. Num certo dia havia muita apreensão no trabalho, mas o Caracunda como sempre, apresentava-se tranquilo, normal e ainda estava disponível para animar os seus colegas, era a mudança das chefias no serviço que tinha sido proposto pelo ministério do trabalho.
Os trabalhadores não queriam a nomeação pelo partido, mas sim, que eles escolhessem um funcionário entre eles que fosse consensual e que sabe dos problemas de cada um que trabalhava ai, e que relacionasse muito bem com eles. Sem surpresas o Caracunda foi o escolhido, mas tinha um senão, a proposta era ser chefe máximo do serviço e o salário só seria revisto um dia, o dia que nunca chegava, mas como o Caracunda dava sempre a prioridade para o trabalho, isso não constituiria um problema, Caracunda aceitou o cargo e arrumou a casa e no espaço de uma semana todos os problemas do serviço já estavam resolvidas e o Caracunda era o homem mais feliz do mundo, os funcionários o enalteciam com a mais elevada nota profissional. Caracunda já era o intocável. O chefe máximo na cidade da Praia confiou entregar todos os códigos de acesso ao caixa forte ao caracundo o que ele fez muito bem já que Caracunda simplesmente a partir daquele dia desapareceu do país e da cidade dizia as notícias. A última novidade no antigo trabalho de Caracunda era de que o serviço achou a falta de trinta milhões de escudos cabo-verdiano que estavam destinadas para fazerem uma aposta na cultura e na agricultura de cegueira. Fizeram investigações e denuncias em todas as redes sociais e institucionais do estado, retratos falados quase seis meses, nada de Caracunda.
Veio o tempo das chuvas e a graciosa vestiu-se de verde e o Caracunda sentado na sua nova cabana que ele tinha construído na zona de sete Furna que fica no outro lado da graciosa comtemplando aquele verde espantoso, concluiu ele de que o ser humana não muda ele só se revela quando tem o poder na mão, o que ele realmente era, constatação sobre ele, e na Graciosa quando cai as chuvas, ela só se revela a sua essência e todo o seu poder natural.
Caracunda e Monte Graciosa são dois comparsas, pelo menos ficou uma lição, os grandes planificadores são pragmáticos e sabem fazer as pessoas de Bacan, na terra de bacan.
Senhor gerente a minha doença é fatal. Há vinte e quatro anos, descobri que não posso morrer, mas magoei alguém duplamente, a primeira vez ao nascer, ela gritou de dor, a segunda vez derrubei todas as oportunidades que ele tinha me proporcionado, e a minha doença agarrou em mim como um carrapato reformado na pele de uma cadela. Senhor gerente, quando acreditei naquela luta para estancar a minha doença assim como dos outros pacientes como eu fiquei ainda mais dependente da doença, houve tanta promessa da eliminação da minha doença, resolvi fazer os planos para colocar os meus quatro dentes de frente e seis da parte de trás e ainda atentarei a possibilidade de trocar o meu carrinho, e a prótese para os meus pés ficará para próxima. Sim senhor gerente, se não der certo é porque a minha doença permanecerá como um cancro que não tem término.
Senhor gerente não me manda para sair da frente do seu Banco senhor gerente, no próximo mês farei vinte cinco idade nesta vida e neste país que os anos não tem importância, elas não combinam com o tamanho das nossas vidas e vivências, mas a previsão é de que a minha doença se torne cronica, dei conta de novas politicas para a minha doença o que é muito bom, já que a própria luta para a minha doença é a sua obstinada permanecia. Senhor gerente, hoje ao sair daqui, vou para casa dormir e esquecer da minha doença só por esta noite. Senhor gerente a minha doença é a pobreza material e mental, assim como centenas dos seus clientes que sentem pena de mim quando me dão uns trocados. Haja a luta para os deficientes.