Não se pode levar tudo à serio, gritou alguém no meio do tumulto e da corre-corre de pessoas no enterro do senhor fulano, tinha ele fundado Colhe Bicho. Pela simples digestão do Bicho, conclui-se que reuniam os bichos e depois colhia os bichos, digamos, pela memória do Manito Cobati, antes de deixar uma legião dos Lopes, mesmo com um longo grito das gentes que se soprava desde Ponta Gato e Ponta Lagoa, dizia, a mana Bita, - hoje vou visitar as minhas gentes em Colhe Bicho. Mas a lírica e a poesia oficial dessas gentes é um puro trote, coisas para rirem não acabava, troteavam até os animais.
Reclamava os anciãos, - mas a onde começou esta tchocota, é uma nobreza que não se entende diante dos estranhos que entram em contacto pela primeira vez com aquelas pessoas. Bacandessa! Vontade de saber onde arranjam tudo com tanta sapiência e ciência tão regional, mas o grande gramático usurpa a gramática de fora para dentro, ou perguntando quantas silabas poderá ter a palavra traaaaaaaaaaaatttttttaaaaaabaaajuuu, mas é o mínimo que o seu QI pode chegar ao profundo do assunto, distúrbio lexical. Podiam falar assuntos mais sérios e banais perto das pessoas e ninguém entendia são códigos ou dislexia verbal, dizia o Mário Lúcio com toda a sua sapiência, mas o Geovane Lione um italiano de nome e cabo-verdiano descendente de Manito cobati, sabia trocar a voz e dizia -dju boia, ao mesmo tempo podia ver o príncipe de Dinamarca a limpar a palavra depois de usar a sanita, em Colhe Bicho ou todos são príncipes ou todos são sapos, é uma dimensão igualitária espontânea, será mesmo bacan? Será isso uma riqueza ou uma “besteza”?
- Pária, disse Nhô Burro, com tanta certeza e Tíquis de grandeza, como se a palavra pária fosse um grande substantivo de Cobon di Tinho, mas não, lá vem ele, através da voz da Dona carlota. É realmente este o gajo, que arrebentou com as portas do céu eu. Mas não é para entender o sentido da frase, até porque a senhora fala para se sentirem educados, não magoados. Dizia para as crianças. “Se os pais não educam os seus filhos, o mundo se encarregará de educar”, nisso olhara varias formas de mundo na cara das pessoas.
Era bom ter casado com a filha da minha batedeira, disse o Fernando Pessoa, ele com nome de um poeta, há muito tempo tinham feito uma sondagem das bebidas que ele tinha consumido durante um ano, foi devastador (quatro barril, vinte e sete boia, trinta garrafa de um litro e meio, e trinta copo de dez cuculado de grogue tinha consumido, o Fernando Pessoa, naquele ano) talvez podia ter filho, lembro das gracinhas que Nhô Burro fazia com o senhor Bolas e Vulgo, mas, levando em conta que a palavra ideal é Kana Matxu, todos eles são batedores de recordes dos filhos ausentes. Não se sabe se foi um bem ou um mal, essa palavra, KANA MATXU, o certo é que foi mais uma dos muitos quebra-cabeças inventadas pela minha gente que se tornou banal na boca do povo, só em dois anos essa palavra contribuiu para aumentar a população e a renovação da população.
O Don Quixote, amava a formosa dona Dulcineia de el Toboso, dando a ideia do romance de kiminta com o senhor Djonsa em pleno Caldo Peixe. Beijar ao ar livre e usar uma maconha em Colhe Bicho sempre foi um mau romance, mas sempre faltara um beijo na memoria de quem não dormia a noite inteira só para dizer -o espião andou na zona, sim, ontem.
Mas quem irá amar a compreensão da minha gente, se somente eles compreendem uns aos outros, Pancthy podia agradecer em milhões de palestras, mais nunca um kodjebitxense esquece o outro kodjebiotxensi, nos amamo-nos, na bakandesa e na nossa grandeza, e na nossa espontaneidade de se decepcionar, assim dói menos, depois voltamos sempre a charada, como é bom ser de Colhe Bicho, e aos poucos aprender a dizer obrigado gente por tudo o que aprendemos desde dos tempos de nha Palmira até a finda vida do senhor Ruberto.
Quem tem a certeza sobre tudo na vida? Assim é a morte, o fim de tudo na vida material. Assim é a certeza de que não temos certeza de onde está o nosso fim. Ontem mais uma vez, a morte tomou boleia no inesperado, se momentos antes eram sorrisos e testemunhos de polvorosa agitação da vida, em instantes, tudo mudou. A morte, tem várias caras, e nem precisa da caixa de velocidade e perda de travão para exibir que provoca tragedia em instantes. A morte nos mostrou que ele está em tudo e em toda a parte. A morte brinca com os nossos medos e a nossa certeza tão débil e incerta. Ele só nos mostra que é ele o elo provocador, de ter ou não ter a certeza do início e do fim. Só se viam na cara das pessoas as lágrimas que testemunharam a desgraça, que minutos antes tinha deferentes tipos de emoções inclusive a graça. Se hoje dormimos, ninguém sabe se vamos acordar, se hoje conseguirmos chegar ao trabalho ninguém sabe se vamos regressar a casa, pode ser o último beijo que damos aos nossos filhos, o último abraço, a última briga, ninguém sabe o que pode suceder a seguir, até mesmo ao terminar de ler este texto ninguém sabe o que é que irá acontecer depois, sempre há-de existir esse depois e o próximo, que ninguém sabe, ninguém tem a certeza do próximo minuto e o próximo segundo. As vezes. Optamos por caminho mais fácil como cinismo, hipocrisia, maldade e a exploração dos outros, mas somos os seres humanos e animais incompletos por natureza. Antes que seja tarde vamos perdoar uns aos outros e sejamos felizes antes que seja tarde demais, porque no próximo minuto, podemos não ter a chance de dizer, desculpa, eu te amo, vamos para praia, me dá a tua mão, tu mereces, tens o mérito, tu és uma grande pessoa, … etc Como dói ser e estar no Tarrafal neste momento.
Ai está uma questão de pouca investigação, não se sabe se levaram em conta a Metafisica, é preciso incluir a opinião de Deus, talvez o seu subsidio seja incluído na plataforma da tão, prometida a eliminação dos números mágicos da pobreza e da injustiça. A grande esperança é de que a comissão politica na terra que é constituído por espíritos e dos santos, escolham um ateu para o cargo, e que seja desprovido dos ensinamentos bíblicos e de maquiavelice principesca-menti. limpo.
Seis da manhã, segunda-feira, dia malandro que escorrega pelas horas como se fosse passos de tartaruga, as primeiras viaturas de Toyota Yace já estavam completamente preenchidas por pessoas que vão para a cidade da Praia, ao meu lado tenho duas figuras históricas (imaginaria) desta cidade.
Vasco Loff aquele que foi o primeiro chefe administrativo deste município e o José Calazans o primeiro Secretário Administrativo, a primeira impressão que tenho é o espanto deles, observavam com muita atenção todas as movimentações de pessoas, a pequena quantidade de viaturas que alberga a cidade, a mudança do habito das pessoas, um desses hábitos é a quantidade de mulheres que levantam bem cedo para as suas ginásticas e os homens a tomarem os primeiros grogues da manhã, este ultimo sempre existiu.
Observam com muita atenção os edifícios que antes existiam e os que hoje existem, o edifício do Tribunal está tão majestosa que parecia dizer – já ganhei uma praça nova, agora estou a espera de pintura e novas instalações de água, nesses últimos tempos tenho estado e estou triste, porque tenho visto jovens a irem e virem da cadeia de São Martinho. O edifício do Correio também parecia querer dizer alguma coisa a aqueles senhores, alegando que os reformados fazem muito barulho de madrugada quando eles vêm receber os respectivos dinheiro de reforma, eu era feliz quando ao meu lado existia o campo de futebol, e o edifício do antigo central dizia o senhor Loff, eu sei que não lembra de mim, mas, interceda por mim, é que não quero ser derrubado, eu quero ser um museu da cidade ou talvez um museu etnográfico. A minha ansiedade era ouvir as primeiras palavras daqueles senhores, talvez seja cedo para as conclusões. Caminhamos, até a frente do mercado de Cultura.
-ora bolas, não era aqui o lugar de pega burrinho, pois não? Disse o Vasco Loff, espantado mais com o edifício do mercado remodelado do que a ideia de pega burrinha que tanto mudou com o tempo. - e o campo de cavalo, ainda existe? Não, respondi em uma só palavra. O senhor Calazans ainda a caminhar mais a frente e eu observando atentamente.
Senhor Calazans, dentro da Praça Central da vila, analisando a frente dele a Igreja, do lado esquerdo o edifício Municipal, a direita o Mercado de Artesanato e atrás dele o edifício do Banco Comercial do atlântico, a sua única estranheza foi ter visto o senhor Santo Amaro a dormir na rua da igreja, que ainda está em reconstrução. -O quê que o homem anda a fazer ai acamado na rua? A casa dele está em construção a quase um ano, dei a resposta sincera ao Senhor Vasco que aproveitou para ser solidário com o santo dizendo. – Coitado do Santo Amado, ehin, ainda continua bacan!
-O concelho de Tarrafal foi instituído por carta orgânica da província de Cabo Verde, pelo decreto número 3108-B, de 25 de Abril de 1917 com a classificação de concelho irregular. Bota irregular nisso, disse eu para mim mesmo. E continuou Senhor Loff dizendo que em 2017 o Tarrafal completará 100 anos. – As comemorações já deveriam ter começado há algum tempo arrematou o Calazans. Qual comemoração! Aqui comemoramos todos os dias. Com os dentes descascados e festarolas frenéticas, só falta espantos quando os olhos avistarem os drugue queens, disse por ultimo.
-já agora uma pergunta! Já separaram Tarrafal de Dona Santa Catarina? Meu caro jovem. Sim a já algum tempo que se desuniram. Respondi. E entregaram o mar? Não, isso não foi incluído na partilha dos bens, apesar de a senhora Catarina ser vaidosa, mas, inventaram a região de Santiago norte, é lá que fica o centro de Santiago norte, mas o banho de mar é aqui que eles vêm tomar. Ainda dizem que essa coisa de igualdade de género só agora começou a vingar neste país, as mulheres sempre mandaram neste país, boa observação do senhor, disse o Calazans.
A senhora Catarina é centro da região de Santiago Norte, e o Santo Amaro nem sequer deu um filho a Dona Catarina, e por aqui continuamos um autentica Kana Matxu. A minha decepção foi ter assistido aos dois senhores a despedirem de mim, logo com o aparecimento do sol. São alérgicos ao sol, mas ficou promessa para mais histórias para amanhã e para os próximos dias.
Graciosa sempre foi assim, Maquiavelica. Quando cai as chuvas ela se mostra. O João Caracunda estava sempre disponível para tudo e todos no seu trabalho, até para ser diminuído o seu salário, para Caracunda o que estava em primeiro lugar era o trabalho, sempre o trabalho. Caracunda num dia como hoje dá prioridade para as outras coisas, ele morava ao pé da Graciosa, nas primeiras horas da manhã ele consulta a sua agenda, procurando as primeiras obrigações do dia. É sábado é dia de visitar os ente queridos que já partiram, o que ele fazia desde os seus quinze anos, todos conheciam Caracunda como o homem das visitas. Já que no Tarrafal os bons moços são aqueles que visitam, vão a missa e “odjan pa ladu”.
Nas visitas ele aproveitava para fazer amigos, prometer ajudas na resolução dos problemas que tinham haver com o seu trabalho, Caracunda fazia isso com amor e vontade, claro, ele amigo do responsável máximo do seu trabalho tinha uma facilidade de comunicar com os outros colegas ele era sempre disponível e tinha as frases muito bem elaboradas na ponta da língua, e uma disponibilidade de perder tudo pelo bom funcionamento do… trabalho, mas nunca ousou perder o seu trabalho.
Na época de sequeiro Caracunda está sempre em paz com Monte Graciosa, tempo do sol, passeio para o Farol que fica na outra ponta do monte, banho nas agradáveis águas de pedra Inpena, pescava bidião em Lacha grande, de vez em quando, ele desaparecia no meio de Graciosa e só aparece a noitinha, mais nos domingos, graciosa tem muitas zonas e segredos, parecia a casa de nhu branquinho. Quase, todos os dias e finais de semana era assim a vida de Caracunda.
Caracunda quando chega ao trabalho passa por todos os departamentos para cumprimentar os colegas sempre com aquele sorriso nos lábios e a sua grande bolça de pele que ele pendurava na costa e nunca largava aquilo. Num certo dia havia muita apreensão no trabalho, mas o Caracunda como sempre, apresentava-se tranquilo, normal e ainda estava disponível para animar os seus colegas, era a mudança das chefias no serviço que tinha sido proposto pelo ministério do trabalho.
Os trabalhadores não queriam a nomeação pelo partido, mas sim, que eles escolhessem um funcionário entre eles que fosse consensual e que sabe dos problemas de cada um que trabalhava ai, e que relacionasse muito bem com eles. Sem surpresas o Caracunda foi o escolhido, mas tinha um senão, a proposta era ser chefe máximo do serviço e o salário só seria revisto um dia, o dia que nunca chegava, mas como o Caracunda dava sempre a prioridade para o trabalho, isso não constituiria um problema, Caracunda aceitou o cargo e arrumou a casa e no espaço de uma semana todos os problemas do serviço já estavam resolvidas e o Caracunda era o homem mais feliz do mundo, os funcionários o enalteciam com a mais elevada nota profissional. Caracunda já era o intocável. O chefe máximo na cidade da Praia confiou entregar todos os códigos de acesso ao caixa forte ao caracundo o que ele fez muito bem já que Caracunda simplesmente a partir daquele dia desapareceu do país e da cidade dizia as notícias. A última novidade no antigo trabalho de Caracunda era de que o serviço achou a falta de trinta milhões de escudos cabo-verdiano que estavam destinadas para fazerem uma aposta na cultura e na agricultura de cegueira. Fizeram investigações e denuncias em todas as redes sociais e institucionais do estado, retratos falados quase seis meses, nada de Caracunda.
Veio o tempo das chuvas e a graciosa vestiu-se de verde e o Caracunda sentado na sua nova cabana que ele tinha construído na zona de sete Furna que fica no outro lado da graciosa comtemplando aquele verde espantoso, concluiu ele de que o ser humana não muda ele só se revela quando tem o poder na mão, o que ele realmente era, constatação sobre ele, e na Graciosa quando cai as chuvas, ela só se revela a sua essência e todo o seu poder natural.
Caracunda e Monte Graciosa são dois comparsas, pelo menos ficou uma lição, os grandes planificadores são pragmáticos e sabem fazer as pessoas de Bacan, na terra de bacan.
Senhor gerente a minha doença é fatal. Há vinte e quatro anos, descobri que não posso morrer, mas magoei alguém duplamente, a primeira vez ao nascer, ela gritou de dor, a segunda vez derrubei todas as oportunidades que ele tinha me proporcionado, e a minha doença agarrou em mim como um carrapato reformado na pele de uma cadela. Senhor gerente, quando acreditei naquela luta para estancar a minha doença assim como dos outros pacientes como eu fiquei ainda mais dependente da doença, houve tanta promessa da eliminação da minha doença, resolvi fazer os planos para colocar os meus quatro dentes de frente e seis da parte de trás e ainda atentarei a possibilidade de trocar o meu carrinho, e a prótese para os meus pés ficará para próxima. Sim senhor gerente, se não der certo é porque a minha doença permanecerá como um cancro que não tem término.
Senhor gerente não me manda para sair da frente do seu Banco senhor gerente, no próximo mês farei vinte cinco idade nesta vida e neste país que os anos não tem importância, elas não combinam com o tamanho das nossas vidas e vivências, mas a previsão é de que a minha doença se torne cronica, dei conta de novas politicas para a minha doença o que é muito bom, já que a própria luta para a minha doença é a sua obstinada permanecia. Senhor gerente, hoje ao sair daqui, vou para casa dormir e esquecer da minha doença só por esta noite. Senhor gerente a minha doença é a pobreza material e mental, assim como centenas dos seus clientes que sentem pena de mim quando me dão uns trocados. Haja a luta para os deficientes.